A paixão nacional alemã pelas famosas motos BMW pode estar com os dias contados. Um grande número de modelos clássicos da montadora, como a aventureira R 1250 GS e a touring R 1250 RT, correm sério risco de serem banidos e proibidos de circular em solo alemão a partir do final deste ano.
Início do problema foi com a campanha de recall
A controvérsia começou no início de 2023, quando a BMW anunciou o recall de mais de 250 mil motos no mundo inteiro, incluindo quase 40 mil apenas na Alemanha. O problema? Foi detectado que o eixo primário da transmissão desses veículos poderia quebrar em situações extremas, como saltos, pondo em risco a segurança do piloto.
A montadora logo providenciou o conserto, que consistia basicamente na instalação de um novo software para gerenciar o torque da transmissão. Porém, passados quase 12 meses da campanha de recall, mais de 5.400 unidades seguiam sem a atualização crítica na Alemanha.
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Intervenção do Governo e prazo final para a revisão
Foi então que o governo resolveu intervir. No mês passado, os proprietários das tais BMWs 1250 GS e RT não revisadas começaram a receber uma notificação preocupante em suas residências. Remetida pela KBA, a rigorosa Autoridade Federal de Transporte Automóvel alemã, a carta alertava que aqueles veículos representavam um sério risco e deveriam ser encaminhados às oficinas autorizadas o quanto antes.
Caso os modelos listados não sejam devidamente reparados e atualizados até o dia 22 de dezembro, o governo realizará o temido banimento. Na prática, motos BMW que continuarem circulando após o prazo sem a revisão serão automaticamente proibidas e impedidas de trafegar pelas ruas e estradas teutônicas.
Investigações e buscas por falhas
Do lado da BMW, extensivas investigações foram realizadas nos últimos meses na tentativa de determinar as origens do defeito. Equipamentos de raio-X, microscópios e uma bateria completa de testes foram utilizados, inclusive com apoio da fornecedora japonesa de componentes da transmissão.
Porém, não foram encontradas quaisquer falhas ou problemas de fabricação. A única certeza é de que as situações de maior risco aconteciam quando o motor operava em rotações muito distintas das rodas traseiras, submetendo a transmissão a níveis perigosos de torque.
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Motociclistas reagem mal à interdição
A justificativa das autoridades é que essas medidas extras são necessárias “para segurança dos próprios condutores, bem como de outros usuários das vias públicas”.
Entretanto, apaixonados pela marca – símbolo nacional de velocidade e liberdade – criticam a intervenção como exagerada e desproporcional.
Grupos de motociclistas BMW afirmam que as autoridades deveriam apenas reforçar a campanha de recall junto aos proprietários ao invés de partir para uma intervenção tão drástica.
Além de representar uma ingerência excessiva do governo, temem também pelo fim de modelos icônicos que fazem parte da cultura motociclística alemã.
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Futuro incerto até o prazo final
Resta agora aguardar se os apelos da montadora ou a resistência de grupos de motociclistas serão suficientes para demover o governo alemão da polêmica e drástica decisão.
Enquanto isso não acontece, mais de 5 mil unidades BMW permanecem sob a ameaça real de interdição e os ânimos seguem acirrados entre as partes.